sábado, 17 de abril de 2010

A Vitória da Cruz

Uma voz clama no deserto
e proclama o advento.
Como o vento que anuncia
a chuva que vem,
e Molha a terra árida,
de uma alma pálida.

Assim como a aurora,
interpõe-se entre a treva e a luz,
a voz que clama
aponta Jesus.

O sol nascente se faz na vida,
de homens e mulheres,
nos desertos e abismos,
uma estrada que brilha,
um mestre que conduz.

De cabeças erguidas,
marcham vibrantes,
movidos pela esperança,
as virgens prudentes.

Mas o noivo,
que chegara à plenitude dos tempos,
curando feridas, fazendo milagres,
coloca-se em uma cruz.

Tão desfigurados,
tanta dor.
Tocaram o mar vermelho,
o mar se abriu,
e logo se fechou.

A primavera chegou,
depois de um longo inverno.
Os campos ficaram perfumados,
os desertos floridos.
Mas onde estão os colibris?

O céu escureceu,
é noite fora de hora.
Onde está o verão?
Porque as folhas secas?
Porque me abandonastes?

Um mundo de horror!
A noite é mais escura.
A madrugada é mais fria.

E quando a lua aparece,
projeta como sombra,
um medo apavorante.

Pra onde fica o norte?
Onde está o meu barco?
Minha rede está vazia.

Pra onde irei?
Pois quem tinha palavras eternas,
morreu.

Mas a pedra rolou,
e no sepulcro...
Onde está o meu Senhor?

E quando caminhavas,
na madrugada fria,
as palavras exuberantes
de um certo peregrino,
fez arder o meu peito,
como brasa que queima,
pois eram palavras de vida.

A vida que renasce.
A semente que morre.
A esperança que germina.

E quando caminhavas,
nas ruas da vida,
até a sombra curava,
as almas feridas.

Portas abertas.
Homens vibrantes.
Anunciam com fé,
o mistério revelado.
Por tantos profetizados,
e não compreendido.

Onde está o medo?
Onde está a angústia?
Daqueles pobres homens,
que tocaram nas chagas,
do corpo glorificado,
que testemunharam na história,
o Deus encarnado,
como prova de amor.

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