sábado, 27 de agosto de 2011

Amor Lírico

Amar-te é prazer e sofrimento
Ter-te comigo é puro sacrifício
Mas felicidade é coisa de momento
Esforço é obra do ofício

Mesmo que os obstáculos sejam eternos
Que para sorrir eu tenha que chorar
Que para os meus sonhos sejam o término
Mas meu sonho maior é te amar

Teu nome em meu vocabulário é proibido
Nos meus sonhos tua imagem é real
E o meu sofrimento por ti é divertido

O meu amor por ti é lírico
O meu amor por ti é carnal
E o desejo de carne é bíblico

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Vida de Sal

Da gravidez das rochas,
do parto sem dor,
brotei do ventre materno,
tornei-me nascente cristalina,
limpa e pura.

Abriguei-me sorrindo nos teus braços,
alimentei-me nos teus seios leitosos,
juntei-me aos meus irmãos
e brincamos de deslizarmos pelas rochas,
seguimos de mãos dadas
angariando amizades.

Fomos crescendo e ficando fortes,
e nos sentimos poderosos.
Perdemos nossas purezas,
e nos poluímos de substâncias “malignas”.
Nossos corpos não eram mais cristalinos
[ porém sujos e ambiciosos.

O pouco era incontentável,
As nascentes
Córregos
Rios
Eram superáveis:
Mergulhamo-nos no mar
e nos salgamos eternamente.

domingo, 14 de agosto de 2011

Minha Amada

Eu estava à-toa,
triste no nada,
de repente, vi a minha amada.
Fiquei todo bobo:
vi minha amada!
Ela me deu um sorriso:
fiquei risonho,
parecia sonho,
o sorriso da minha amada.

Eu vi minha amada!
Toda desarrumada;
ela estava linda,
bem original,
sem nada de especial.
Eu vi minha amada!
Parece palhaçada,
mas eu vi minha amada.
Sei que vão rir de mim,
mas eu vi a minha amada.
Sei que vão caçoar de mim,
não tem importância,
eu vi minha amada!

sábado, 16 de julho de 2011

Meninos da Praça

Olhai a brisa da manhã, não vês o Criador?
Ele se faz presente no brilho do sol,
No sorriso das crianças,
No coração do pobre e miserável.

Sua mão quer te tocar.
Quer tocar no teu coração.

Este oleiro olha o mundo e manda profetas.
Para que as pedras não falem

Mas não são das suas mãos
O véu de pérolas que cobrem a sua Igreja.
“Os que se vestem de roupas preciosas e vivem no luxo,
Estão nos palácios dos reis” e, são pedras de tropeço,
Assim, como a madrugada da candelária.

Quando prostras teus joelhos,
Busca-o num exílio universal.

Que queres ser?
Um caniço agitado pelo vento?
Arranca-te esse dedo de sobre os lábios!
Não vês que os cegos vêem, os coxos andam,
Os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem,
Os mortos ressuscitam?

Arranca-te esse dedo de sobre os lábios!
Para que as bem-aventuranças entrem no teu coração
E aos pobres o Evangelho seja anunciado.

Ouve as lamentações cantadas para ti e chores!
Para que o Senhor não tenha contra ti
Que arrefeceste o teu primeiro amor
E seja removido o seu candelabro.

sábado, 9 de julho de 2011

J'ai deux amours

Madeleine tem dois amores, seu país e Paris;
Se divide no fascínio das paixões,
dos encantos e dos prazeres;
Entre a beleza de duas cidades,
de Manhattan (est belle), que é seu berço,
e da cidade luz, que é Paris.

Eu tenho dois amores, meu país e a Igreja de Jesus;
Na cidade dos homens, o meu fascínio
e as minhas paixões;
Na cidade de Deus, a minha alma,
saciada como de fino manjar,
suspira.

Sou como a corça,
mato a fome do meu corpo
com víboras,
mas às afogo no meu arrependimento,
na cede da minha alma
pela a água viva.

Eu tenho dois amores,
meu país e a cidade Luz.

sábado, 5 de março de 2011

O perfume das flores

É bom pegar em tuas mãos,
Tocar o teu rosto,
E em teus cabelos.

O campo está perfumado,
Os pássaros cantam,
As borboletas voam,
E o céu está azul.

O sol penetra entre as árvores
Com seus raios,
As águas deslizam sobre as pedras
E tocam teu corpo.

É bom tocar em você,
Tocar teus lábios
Com a ponta dos meus dedos,
E falar sussurrando em teus ouvidos.

Parar o relógio,
Esquecer o tempo,
E viver apenas e eternamente
Esse grande momento.

E quando o sol se pôr e a noite vier,
Com suas estrelas e seus encantos.
Talvez tuas vestes, caiam como pétalas,
De uma flor que se entrega por inteira,
Numa noite de amor.