sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Pátria Árida

As lágrimas não falam, não calam, não escutam.
São águas profundas, que brotam do coração.

É como se fosse o sangue, minando da carne;
É como se fosse a alma, abandonando o corpo.

Assim como as lágrimas escorrem no rosto,
Escorrem entre os dedos, as lágrimas do seu coração.

E no teu olhar tristonho, restam as marcas das lágrimas,
Que escorrem pela a pele enrugada;
Pelos ossos descarnados, de um rosto “sertânico”.

E nesse gosto miserável, um amargo profundo,
Gerado no fígado, resto de uma cirrose,
Brindada em Brasília.

Triste cachaça, chamada política.
Triste seca, seca faminta.
Triste maldade, triste Pátria amada.
Desgraçada... Mas amada!

Amada na terra, mesmo quando árida.
Árida no falar, árida no agir.
Árida, completamente árida!

As lágrimas que rolam, são águas profundas,
Que saem do coração,
D’aqueles de pés no chão;
De cabeças chatas;
Das negritudes do morro;
Dos barrigudinhos da baixada;
Dos vermes que por acaso,
São filhos dessa Pátria árida,
Árida, completamente árida.

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