terça-feira, 15 de abril de 2008

A sarça ardente

Meu peito, a sarça ardente.
Fogo que não se consome
Solo que se fez sagrado

Meu leito, a burguesia fedida.
Águas escuras e podres
Poses e pérolas nobres
Curso e vida vã

Meu sim, meu arrependimento.
Renúncia, dor de morte.
Liberdade conquista perene.
Primeiro encontro, primeiro amor.

Meu peito, a sarça ardente.
Posto que me fiz bem aventurado
Despido até das alpargatas
Pelas veredas dos miseráveis
Abortado, fecundo está.

Tempo, a memória que se apaga.
O vento que vaga
Mas, a maravilha do deserto.
Chama que não se consome, apaga-se?
Não, não deixarei que se remova o candelabro.
Posto que a sarça ardente
Renova em mim e não se consome.

http://palcodapoesia.blogspot.com

Um comentário:

Ni disse...

Você ta escrevendo pra caramba...

Não pensei q era tão bom...

Continue assim, surpreendendo...

abrçs e felicidades do seu ex aluno

ALCENI